sábado, 16 de junho de 2007

Parabéns ao mestre

Ariano Vilar Suassuna é advogado, professor, teatrólogo, romancista, poeta, ensaísta, defensor incansável da cultura popular do Brasil e do nordeste. Nasceu em João Pessoa - Paraiba em 16 de junho de 1927, filho de João Urbano Pessoa de Vasconcelos Suassuna e Rita de Cássia Dantas Villar. Quando tinha três anos de idade, seu pai foi assassinado no Rio de Janeiro, por causa de lutas políticas. Depois do trágico episódio, sua mãe mudou-se para Taperoá, com os nove filhos, onde Ariano Suassuna fez os estudos primários.

A infância vivida no sertão familiarizou o futuro grande escritor e dramaturgo com os temas e as formas de expressão artística que viriam mais tarde a constituir, como ele próprio o denomina, seu "mundo mítico". Não só as estórias e casos narrados e cantados em prosa e verso foram aproveitados como suporte na plasmação de suas peças, poemas e romances. Também as próprias formas da narrativa oral e da poesia sertaneja foram assimiladas e reelaboradas por Suassuna. Suas primeiras produções caracterizavam-se pelo domínio dos ritmos e metros da poética nordestina. Em 1942, então com 15 anos, foi para o recife, estudar no Colégio Americano Batista. Pouco tempo depois começou a escrever para o TEP ( Teatro dos Estudantes de Pernambuco), que era coordenado por Hermilo Borba Filho. Dentro do TEP foi criado um palco itinerante chamado "Barraca", que era inspirado no "La Barraca" grupo criado pelo poeta Garcia Lorca.

Em 1946 Ariano ingressou na Faculdade de Direito do Recife. Depois de formado, exerceu a advocacia até 1956, quando abandonou a profissão para tornar-se professor de Estética
na Universidade de Pernambuco. Em 1959, com Hermilo Borba Filho, fundou o Teatro Popular do
Nordeste. No início da década de 1970 fundou "O Movimento Armorial". Deste movimento saíram nomes como Antônio Nóbrega e Antônio José Madureira.

Suas primeiras peças foram Uma mulher vestida de sol (1947), Cantam as harpas de Sião (1948) e Os homens de barro (1949). Desde o início de seu trabalho, Suassuna demonstrou clara inspiração popular combinada à convicção cristã, o que o levou a recuperar o auto religioso medieval em peças como o Auto de João da Cruz (1950) e O arco desolado (1952). Tornou-se conhecido do público, no entanto, com os trabalhos da segunda fase. Obteve êxito nacional em 1955 com o
Auto da compadecida (1955), peça na qual houve influência do dramaturgo português Gil Vicente e da tradição folclórica portuguêsa.

Em outra abordagem dessas influências, Suassuna escreveu
O santo e a porca (1957) e O casamento suspeitoso (1957). Utilizou elementos próprios do teatro de marionetes, tais como máscaras e a mecanização dos movimentos, em A pena e a lei (1959), premiada no Festival Latino-Americano de Teatro. Em 1960 fundou o Teatro Popular do Nordeste, onde apresentou A farsa da boa preguiça (1960) e A caseira e a Catarina (1962).

Suassuna interrompeu sua carreira de dramaturgo no final da década de 1960 para dedicar-se à prosa de ficção e ao papel de animador cultural no movimento Armorial, que pregava o resgate das formas de expressão populares tradicionais. O escritor transferiu a temática de sua dramaturgia para as obras Romance da pedra do reino e O príncipe do sangue do vai-e-volta (1971) e a História do rei degolado nas caatingas do sertão ao sol da onça caetana (1976). Suassuna também escreveu poesia e crítica de arte. Em 1989 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras.

Em agosto de 1989, foi eleito por aclamação para a Academia Brasileira de Letras, tomando posse em maio de 1990.

Fonte: o santo e a porca

Um comentário:

maresia disse...

Já é a terceira vez que me "cruzo" com este "senhor" hoje, acho que isso é bom sinal, é sinal que está vivo na memória das pessoas.